Cinco minutos. É uma eternidade no jogo de basquete ou o suficiente para devorar um salgado com refresco na lanchonete. É mais ou menos o tempo que se gasta para averiguar o combustível que vão colocar no tanque do carro. Por lei, os postos são obrigados a fazer o teste de qualidade na hora, mas pouca gente tem paciência para solicitar. Porém, o tempo perdido na oficina pode ser maior depois.
A reportagem percorreu diferentes postos de combustível no Rio e constatou que os clientes até sabem da obrigatoriedade do teste, mas poucos solicitam. “Tenho conhecimento, mas nunca pedi por falta de tempo e também porque vou sempre nos mesmos postos e nunca tive problema”, alega Leonardo Murad.
O nutricionista de 37 anos abastecia seu carro no posto Bela Vista, de bandeira branca, no bairro do Maracanã. O estabelecimento da zona norte registra baixo número de solicitações do teste, segundo os funcionários: um por mês, em média.
Um dos testes consiste em verificar o teor de etanol presente na gasolina. O funcionário do posto, equipado com luvas e óculos de proteção, recolhe combustível na frente do consumido. Em um recipiente, 50 ml do produto são misturados a 50 mil de uma solução com água e sal.
Cada traço da proveta acima dos 50 ml representa 2% de etanol. Aí, é só contar se a porcentagem bate com o máximo de álcool na gasolina (comum ou aditivada) permitido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que é de 27%. para as gasolinas premium, o limite é 25%.
Na Praça da Bandeira, o posto Bracarense, de bandeira BR, também registra poucos pedidos de teste. “A cada dez clientes, um pede. Chegamos a oferecer o teste quando algum consumidor questiona a qualidade”, explica o gerente de pista Charles Batista.
A verificação do etanol é “mais simples”. Aquele tubo de ensaio ao lado da bomba (termodensímetro) indica a qualidade do combustível. Se o indicador estiver acima ou abaixo da marcação de nível central do recipiente é indicativo de que o álcool está com água a mais do permitido pela ANP, ou com outra adulteração.
Outra checada é quanto às informações. Nas bombas devem constar o selo da ANP. E em postos de bandeira branca, os nomes das distribuidoras que fornecem o combustível para aquele estabelecimento.
Medidas simples que podem evitar dores de cabeça. Combustível adulterado, além de aumentar o consumo, pode danificar componentes do motor e até o sistema de injeção eletrônica do automóvel. Reparos que podem custar de R$ 600 a R$ 1 mil, dependendo da gravidade.
“O consumidor, diante do dia dia corrido, às vezes perde um pouco da observância do abastecimento. Tem todo um processo de verificação, mas ele acaba sendo induzido somente pela placa na frente do posto”, alerta Carlo Rodrigo Faccio, gerente de Planejamento Estratégico da Plural, associação nacional que reúne as distribuidoras de combustível.
Fonte: Portal IG: O DIA
Créditos: Fernando Miragaya