Troca de óleo do motor: como realizar?

Troca de óleo do motor

Checar o nível de óleo é uma prática que pode evitar problemas no motor. Todavia, para não cair em papo furado de frentista e saber o que realmente ocorre com o motor do seu carro, é essencial se informar. Dessa forma, veja agora a melhor maneira de realizar a troca de óleo do motor.

 

O melhor momento para realizar a troca de óleo do motor

O engenheiro Henrique Pereira, da Comissão Técnica de Motores Otto, da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade do Brasil (SAE), explica que, com o motor quente, o óleo continua a circular e indica um nível baixo que não é real. Assim, a condição correta para a troca de óleo do motor é com o motor frio e em um lugar plano. 

Desse modo, conforme recomenda Pereira, o melhor momento para realizar a troca de óleo do motor é de manhã, enquanto o carro ainda está na garagem. Assim, segundo o engenheiro, você mesmo pode fazer a checagem de maneira rápida.

 

Troca de óleo do motor moderno

Os motores modernos raramente necessitam de completar o óleo – como era hábito no passado. Dessa forma, cuidado, pois essa prática pode, inclusive, causar problemas.

“Eu não gosto da ideia de completar o óleo. Aí teria que usar até a mesma marca e exatamente o mesmo óleo, pois não se deve misturar ”, adverte Pereira.

Portanto, não se deve combinar óleos, pois pode formar borra. Logo, o especialista acredita que o melhor é não arriscar.

Além disso, a tecnologia atual oferece motores com encaixes mais justos entre as peças, o que reduz as brechas por onde o óleo costumava passar. Caso você dirija um modelo antigo, no entanto, as regras mudam um pouco. Isso porque, além de apresentar mais desgastes, os possuem menos tecnologia. Assim, pode ocorrer que o nível de óleo diminua, então, nesse caso, deve-se completar.

Já a Petrobras distribuidora desaconselha o uso de funil para colocar o lubrificante novo no motor. É que esse produto é um fator contaminante: pode ter resíduos de fluidos com outras especificações. Ademais, a embalagem do óleo se desenvolve de modo a permitir que se despeje o produto com precisão, sem necessidade do auxílio de funis.

 

Como verificar o nível do lubrificante?

Para conferir o nível, siga o passo a passo:

  • Retire a vareta de medição de dentro do cárter e limpe-a com uma flanela.
  • NUNCA LIMPE com estopa ou qualquer outro pano que solte fiapos.
  • Insira-a novamente para medir o nível.
  • Examine a faixa que a linha do óleo alcançou.

Há um mínimo e um máximo indicados e qualquer nível entre os dois é suficiente. Isso porque o óleo nunca deve estar nem abaixo nem acima desse intervalo. Assim, se houver mudança repentina ou constante no nível, procure uma oficina de confiança.

 

Como Trocar o óleo do carro troca de óleo motor carro passo a passo autopapo

(Fabiano Azevedo/AutoPapo)

A falta de lubrificação pode causar graves danos ao motor e, consequentemente, gerar grandes prejuízos. Portanto, conforme explica Correia, da Petrobras Distribuidora:
“Uma das funções do lubrificante é refrigerar o motor. As peças internas, como pistões, por exemplo, são refrigeradas por jatos de óleo. Sem o fluido, tanto a lubrificação quanto a refrigeração ficam seriamente prejudicadas”, Correia.

À vista disso, Correia destaca que, se o nível do óleo estiver entre as indicações de níveis máximo e mínimo, o motorista não tem com o que se preocupar. Assim, o problema é se uma dessas duas marcas for ultrapassada. Segundo o profissional:

“Abaixo do mínimo, a lubrificação fica deficiente. Como não há óleo suficiente, o pescador da bomba busca também ar.”

Nesse caso, já podem começar a ocorrer danos no motor. Da mesma forma, se ultrapassar o nível máximo também pode resultar em danos:

“Nesse caso, o que pode ocorrer é passagem de óleo para a câmara de combustão. Isso vai gerar queima excessiva do lubrificante, o que, consequentemente, acentua bastante a carbonização do motor. E esse processo pode reduzir a vida útil até do catalisador.”

 

Se a luz do óleo, acender, pare o carro imediatamente

Caso o nível atinja níveis perigosamente baixos, seja por negligência de manutenção ou por um repentino vazamento de óleo no motor, o motorista uma luz indicadora no painel irá alertá-lo. Desse modo, se essa luz acender, é preciso parar o veículo e desligá-lo imediatamente. Se o condutor insistir em manter o automóvel em circulação, há grandes chances do propulsor fundir.

 

E se me oferecerem a troca de óleo do motor a vácuo?

Vamos lá: realiza-se a troca de óleo do motor por sangria (tradicional), retirando o bujão do cárter, por onde escoa o lubrificante antigo. Já no sistema a vácuo, utiliza-se uma máquina específica. Assim, acopla-se à parte superior do propulsor no orifício da vareta.

A maior vantagem sobre a troca de óleo a vácuo é a redução do tempo desse procedimento. Isso porque, nesse caso, retira-se, rapidamente, o lubrificante velho por meio de sucção, enquanto no método convencional escorre pela ação da gravidade.

Dessa maneira, alguns especialistas alegam que o sistema a vácuo pode não remover totalmente o óleo antigo, já que o cárter tem desníveis em seu interior e isso contaminaria o lubrificante novo. Portanto, recomenda-se a remoção por sangria, para que o óleo escoa completamente. Porém, o motorista precisa ter paciência e esperar que goteje todo o lubrificante pelo dreno do cárter.

 

Não cometa esses erros durante a troca de óleo do motor

A formação de borra no motor é algo que pode dar muita dor de cabeça – sem contar que também pode doer no bolso. Assim, entre as consequências estão a perda de potência e até a fundição do propulsor. Um procedimento essencial é realizar a troca de óleo do motor no prazo estipulado pelo fabricante do veículo. E, claro, usar lubrificantes que atendam à especificação prescrita pelo manual.

 

Motor com borra troca de óleo motor carro
Desrespeito aos intervalos de troca de óleo é uma das possíveis causas da formação de borra, que pode arruinar o motor

Saiba o que NÃO fazer durante a troca de óleo do motor do seu carro:

1. Não misture óleos de bases diferentes:

Tem que ser mineral, sintético ou semissintético, sem mistura.

 

2. Não coloque óleo mineral em motores feitos para óleo sintético:

O óleo mineral é mais pesado e tem mais disposição para se transformar em borra. Se o carro curte um sintético, não dê outra coisa para ele. Tem quem pense que completar com o sintético, mesmo se o recomendado for mineral, não tem problema. É um pensamento errado. É claro que se houver apenas essa opção e for impositivo completar, a solução é colocar outro tipo. Porém, assim que for possível (seja rápido!), faça a troca do óleo para tirar o misturado e usar o  indicado.

 

3. Não misture óleos com índices SAE e API diferentes:

O API está relacionado aos aditivos do óleo, e se você misturar aditivos diferentes, é possível haver uma reação química entre eles que leva à formação de borra. Por isso, seja fiel ao óleo estipulado pelo fabricante do veículo. Já a mistura de lubrificantes com índices diversos de SAE altera a viscosidade do produto.

 

4. Não exceda o limite da troca:

Existe uma margem de segurança final, que é de 1.000 km após o limite, mas é claro que o ideal é não arriscar e respeitar o prazo à risca.

 

5. Não use óleo de baixa qualidade:

Entre as marcas mais conhecidas você estará seguro, mas óleos que só têm o preço de chamariz podem ser péssimo negócio.

 

6. Combustível adulterado:

Se a gasolina ou o etanol estiverem adulterados, o óleo terá suas propriedades alteradas e sua capacidade de lubrificação reduzida.

 

7. Motores modernos:

Os motores modernos geram mais potência ao mesmo tempo em que ocupam um espaço menor. Por isso, eles atingem temperaturas mais altas. Isso facilita a formação de borra e exige óleos sintéticos também mais modernos, além de maior atenção.

 

8. Atenção ao limpar a vareta:

Evite usar estopas para fazer esse procedimento, pois ela pode deixar resíduos na vareta, que vão contaminar o lubrificante. O ideal é utilizar papel absorvente para limpar a vareta durante trocas e verificações.

 

9. Não é necessário usar aditivos complementares:

Os óleos atualmente presentes no mercado já contêm um pacote de aditivos em sua composição. A especificação do fabricante do veículo já atende a todas as necessidades do motor. Por isso, usar mais aditivos é desnecessário. Alguns produtos desse tipo podem até comprometer as propriedades do lubrificante, prejudicando seu desempenho.

 

10. Óleo não deve respingar no motor:

O lubrificante deve ficar dentro do motor, não fora dele. Falta de cuidado na hora da troca pode fazer que que o produto caia sobre o motor. Se isso ocorrer, o produto poderá atingir as velas e outros componentes que não devem ter contato com ele. O resultado disso é o aumento nos custos de manutenção.

 

11. O bujão não deve ficar mal-fechado:

Bujão é o nome popularmente dado ao parafuso que fecha o dreno do cárter de óleo. O item deve ser aparafusado corretamente para evitar vazamentos. Por outro lado, também não pode receber força excessiva, pois isso pode danificá-lo. O profissional responsável pela troca de óleo deve ser especializado para realizar esse procedimento da maneira correta.

 

12. Não deixe de trocar também o filtro de óleo do motor:

O filtro conserva em seu interior um volume residual de óleo antigo, que contamina o lubrificante novo e acelera o processo de envelhecimento de todo o lubrificante. Por isso, deve ser sempre trocado simultaneamente com o óleo.

 

13. Não exceda o nível máximo:

O nível do lubrificante deve estar sempre entre as marcas mínima e máxima indicadas na vareta. A falta desse fluido é prejudicial, mas o excesso dele também é. Nesse caso, ocorrerá vazamento de óleo no motor e podem ocorrer prejuízos caso o fluido atinja a câmara de combustão, as velas ou o catalisador.

 

14. Não descarte o óleo usado em qualquer lugar:

Por lei, os lubrificantes usados devem ser enviados a coletores autorizados pela Agência Nacional de Petroleo (ANP). É que esses produtos são tóxicos e podem provocar sérios ao meio ambiente. Se tiverem destinação correta, poderão até mesmo ser parcialmente reaproveitados durante o processo de refino de novos fluidos.

 

Fonte: Auto Papo

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