Toda empresa quer crescer: aumentar a fábrica, investir em tecnologia, desenvolver novos produtos, aumentar o número de filiais… Mas, para alcançar esse objetivo, é preciso planejamento e investimento. Por isso, é muito importante se pensar em fazer investimentos financeiros. Os investimentos financeiros para empresas podem ser a solução para valorizar o seu negócio.
Muitos empresários ainda acham que quando se fala em aplicações financeiras isso se resume às pessoas físicas. Mas empresas também podem investir. Elas podem ter resultados operacionais negativos, por exemplo, e fechar o balanço patrimonial no azul, pois os juros das aplicações ajudaram no resultado financeiro.
Muitos empresários sabem quais são e como funcionam os investimentos para pessoa física, mas não fazem ideia de como fazer para investir enquanto pessoa jurídica.
Para começar é preciso entender as diferenças entre as modalidades de investimentos entre pessoas físicas e jurídicas.
Pessoa física x Pessoa jurídica
A pessoa física encontra várias opções de investimentos, desde renda fixa, CDB, LCA, CDB, LCI, ações, ouro, dólar, fundos mistos… São muitas as opções.
A maioria dos gestores são conservadores e procuram ter muito cuidado ao escolher os investimentos corretos. Como a economia muda muito, nem sempre é possível prever momentos turbulentos ou algum problema com algum cliente ou fornecedor, ou até o “mau humor do mercado” e as decisões dos governantes que muito influenciam.
É preciso pensar que a empresa necessita de meios alternativos para se manter mesmo em situações adversas. É usual que as pessoas físicas façam aplicações como alternativa para momentos de crise. Por que as empresas não poderiam fazer o mesmo?
Claro que é preciso ter cautela ao se escolher os investimentos, mas fazendo a escolha certa e com planejamento é possível ter lastro para suportar momentos difíceis.
Então, você deve estar se perguntando: como fazer investimentos no caso de pessoa jurídica?
O que você deve considerar antes de fazer investimentos para empresas?
Para começar é preciso verificar o objeto social e a legislação a que a empresa se submete. Se você investir em ação como pessoa jurídica e conseguir altos lucros, isso pode caracterizar lucro que foge ao objeto social da empresa, o que pode ocasionar fiscalizações e sanções.
Isso acontece porque a empresa está enquadrada em tributação conforme determinada atividade, como indústria, comércio e serviços, e não como banco e corretora, por exemplo. Então essas empresas não podem obter ganhos por meio de atividades especulativas e ser caracterizadas como “atividades financeiras” ou podem sofrer com altos tributos por conta dessa atividade.
Por conta disso, os investimentos como pessoa jurídica devem ser de baixo risco e com rentabilidade razoável, evitando assim, o mercado especulativo.
Os investimentos PJ possuem outros tributos além dos que pagamos como pessoa física, então, por isso é preciso também avaliar com calma o melhor momento para se aplicar o dinheiro.
Os investimentos para as empresas são mais restritos e a aplicações mais comuns são os fundos de renda fixa, pois são os que representam menos riscos, além de terem rendimentos previsíveis. Eles podem ser também mais adequados ao planejamento dos negócios.
Outra razão é porque os investimentos em renda fixa têm como característica principal o recolhimento dos tributos direto na fonte, o que facilita o cálculo de recolhimento adicional de impostos recorrente do lucro obtido, se você não usar uma corretora de valores.
Vale destacar que além do imposto sobre o lucro com os investimentos é preciso pagar impostos sobre o resultado remanescente dos investimentos como se fosse lucro operacional.
Porque é importante ter investimentos para empresas?
Empresas devem fazer investimentos para melhorar a gestão financeira. Muitos gestores acabam deixando o capital de giro e suas reservas para futuras expansões na conta corrente, o que é um grande erro. Assim como a pessoa física precisa aplicar seu dinheiro, o mesmo ocorre com a pessoa jurídica. Todo dinheiro que excede não precisa ficar parado na conta corrente, independente se é para fazer alguma compra de novas máquinas ou equipamentos, para ampliação da fábrica ou para pagamento do 13º salário dos funcionários.
O correto é que todos os recursos da empresa estejam aplicados tanto em investimentos de curto como de longo prazo. Sabendo aplicar corretamente, o dinheiro renderá, evitando que a empresa precise recorrer a empréstimos no futuro, pagando juros. Na verdade, acontecerá o contrário, a empresa começará a receber os lucros da aplicação.
Ao fazer o planejamento financeiro é possível perceber se a saúde financeira da empresa está em dia, manter uma poupança para emergências e ainda investir em aplicações de longo e curto prazo.
Quais são os principais investimentos para empresas?
CDB (Certificado de Depósito Bancário)
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um investimento muito utilizado pelas empresas, pois tem diferentes prazos, liquidez e rentabilidades.
É muito procurado por ser seguro, pois conta com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Esse fundo é mantido por instituições financeiras brasileiras e garante que em caso de quebra do banco, é possível repor até R$250 mil por CNPJ com limitação da garantia em até R$1 milhão.
O CDB tem rendimento preestabelecido, isto é, independentemente da taxa Selic (taxa de juros básica da nossa economia ou da inflação), a rentabilidade será fixa e predeterminada.
O Imposto de Renda que incide sob o CDB é regressivo, ou seja, quanto mais tempo o dinheiro ficar na aplicação menor é a taxa de IR.
Fundos de investimentos
Os fundos de investimentos reúnem vários cotistas (investidores) todos com o objetivo de ganhos em escala. Existem diversos tipos de fundos: multimercado, renda fixa e ações.
Esses fundos têm cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que inicia em 95% no primeiro dia e reduz para 0% a partir do 30º dia de aplicação. Também há incidência de Imposto de Renda em alíquotas de 22,5% a 15%, dependendo do tipo e do prazo do fundo.
Os fundos de investimentos podem uma alternativa interessante para as empresas, mas como existem muitas opções é preciso escolher com calma qual é a mais adequada.
LCA/LCI
LCA e LCI são Letras de Crédito do Agronegócio e Letras de Crédito Imobiliário. Essas aplicações funcionam de forma semelhante ao CDB e têm remuneração prefixada ou vinculada a um índice.
Por exemplo, uma LCI pode pagar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, considerado a inflação oficial no Brasil) + 4%. Isso significa que a empresa irá garantir rendimento 4% acima da inflação.
Essas aplicações são tributadas da mesma forma que um CDB, portanto dependem do tempo de aplicação. Embora pouco utilizadas por pessoas jurídicas esses investimentos também contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos.
Ações
As empresas também podem investir em ações da Bolsa de Valores, com riscos de moderados a altos. A renda das ações podem ser muito variáveis, pode-se ganhar ou perder dinheiro, e nem sempre é possível fazer a venda dos papéis na hora que empresa quer. Portanto, é preciso se planejar corretamente se você pretende fazer esse investimento.
Para que se tenha sucesso, a empresa precisa fazer o planejamento corretamente. É interessante mesclar vários tipos de aplicações, tanto de longo como de curto prazo. Essa diversificação é importante para que se tenha dinheiro quando precisar e com bons rendimentos.
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